Curiosidades


A representação do ouro no funk

As músicas do gênero funk possuem bastante destaque nas mídias brasileiras. Suas letras carregam os nomes de diversas marcas de grife nacionais e internacionais, cordões de ouro e aquisições de carros, vendendo quase que um estilo de vida.

Diante de todo o glamour e sucesso ostentados pelos MC e narrados nas letras de suas músicas (muito presente o ouro), enfatizam-se ainda mais as desigualdades sociais, que são mais cruéis quando medidas pela régua do consumo de luxo. A felicidade e o sucesso profissional estão ligados ao ato de ostentar seus bens materiais de luxo.

Na busca de dados sobre as inspirações das letras do gênero musical, chegou-se à entrevista concedida pelo MC Boy do Charme ao apresentador Danilo Gentili. Quando questionado sobre qual seria a melhor definição para falar sobre o funk ostentação, o cantor foi categórico: “É a realidade de alguns e a vontade de outros”. Com essa declaração, fica ainda mais evidente o fator da desigualdade.

A dívida do Portugal com o Brasil

Brasil e Portugal são nações irmãs, em particular por conta da afinidade do idioma, porém há diversas coisas mal resolvidas nessa relação. Uma delas, apontada por muitos brasileiros, é o fato de Portugal nunca ter pedido perdão formal ao Brasil pelas atrocidades cometidas ao longo de séculos de colonização.

A Alemanha assumiu a responsabilidade por um genocídio na Namíbia nos primeiros anos do séculos 20. O reconhecimento foi um gesto do país para se reconciliar com a memória das vítimas, como reparação, o governo se comprometeu a pagar mais de 1 bilhão de euros ao país africano.

A Bélgica também está confrontando o passado colonialista. O rei Filipe da Bélgica admitiu que o domínio colonial sobre a nação resultou em abusos, dor e humilhação. Não foi feito, porém, um acordo de reparação.

E Portugal em relação ao Brasil, nenhuma palavra. Em alguns casos, feridas históricas continuam abertas; na forma de preconceito, de racismo estrutural, de desigualdade social. Em 2005, durante uma visita ao Senegal, o então presidente Lula até pediu perdão ao povo africano pelo papel brasileiro na escravidão.

E como se não bastasse, há o garimpo de ouro e diamante com mão de obra escrava, realizada especialmente em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Portugal, recentemente, inaugurou um museu com tesouro da coroa portuguesa, com uma pepita de ouro de 20 quilos achada em Goiás.

"Acho que é algo que podemos dizer que faz parte da identidade social. Esta ideia ilusória de que Portugal foi um país que colonizou de uma maneira mais branda do que as outras colônias. É com certeza muito difícil haver uma possibilidade de reparação, mas há meios para podermos superar historicamente algumas das injustiças que cometemos. A primeira delas começa justamente pelo tal pedido de desculpas que ainda não foi feito. Mas também era importante fazer um levantamento de todas as atrocidades que foram, cometidas, saber quantas pessoas foram mortas, como, de que maneira saber, no fundo, os danos patrimoniais que o colonialismo provocou." — Joana Gorjão Henriques, jornalista portuguesa, autora dos livros "Racismo em Português: o lado esquecido do colonialismo" e "Racismo no país dos brancos costumes".

Ouro e Revolução Industrial

Estima-se que a Inglaterra ganhou tanto ouro, mas tanto ouro que muitos historiadores consideram que o Ouro de Minas Gerais e o ouro do Brasil foi em grande parte financiador da Revolução Industrial que vai acontecer a partir de 1760.

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